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Parâmetros da agua

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cálcio:

Os corais usam cálcio para formar seus esqueletos, que são compostos basicamente de carbonato de cálcio. Eles obtêm o máximo de cálcio dissolvido na água para este processo. À medida que o cálcio é consumido pelos corais, coralina, tridacnas etc.., seus valores se tornam mais baixos no sistema. Com o consumo do nível de cálcio e valor inferior a 360 ppm, torna-se progressivamente mais difícil para os corais manterem o seu crescimento.

Manter o nível de cálcio é um dos aspectos mais importantes do desenvolvimento dos corais no aquário marinho. A maioria dos aquaristas tentam manter os níveis naturais de calcio em torno de  420 ppm. Apesar dos corais necessitarem de cálcio, valores acima do normal não irão acelerar o seu crescimento. 

Por estas razões, sugiro que se mantenha um nível de cálcio entre 380 e 450 ppm. É recomendavel o uso de suplementos a base de cálcio e aditivos para a manutenção da alcalinidade. O mais popular destes métodos de suplementação é o uso de kalkwasser (hidróxido de cálcio).

Se o nível de cálcio esta diminuindo e precisa ser elevado, o kalkwasser não é a melhor escolha uma vez que aumentara a alcalinidade também, nesse caso, adição de cloreto de cálcio será a melhor alternativa.

 

Alcalinidade:

Assim como o cálcio, muitos corais utilizam a alcalinidade para a formação do seu esqueleto. Acredita-se que os corais absorvem o bicarbonato, convertem-no em carbonato e utilizam esse carbonato para formação de seus esqueletos. Essa conversão é descrita como:

HCO3-  <–>   CO3–  + H+

Bicarbonato <–>  carbonato + acido

Para verificar que os corais estão sendo suplementados com bicarbonato adequadamente, os aquaristas verificam os valores de bicarbonato no sistema diretamente através de kits para medir a quantidade de bicarbonatos dissolvidos na água já que boa parte da alcalinidade do sistema é devido a presença dos íons bicarbonatos livres.

Então o que é alcalinidade?

Alcalinidade em um sistema marinho é simplesmente a quantidade de ácido (H+) necessário para reduzir o pH em 4-5ppm onde o bicarbonato é convertido em ácido carbônico conforme a equação:

HCO3-  +  H+  ,–>  H2CO3

Em condições normais tanto no mar quanto em aquários marinhos, o bicarbonato está em alta concentração do que qualquer outro íão que possa contribuir para a alcalinidade, então sabendo que uma certa quantidade de H+ é necessária para reduzir o pH a 4-5ppm podemos saber também a quantidade de bicarbonatos presente no meio.

Um outro detalhe importante é a alta concentração de borato em algumas misturas de sal artificial. Enquanto o borato é encontrado nos oceanos em níveis baixos, ele  contribui para a estabilidade do pH, uma alta concentração dele influenciará negativamente na relação bicarbonato e alcalinidade. Aquários que utilizam essas misturas de sal deverão compensar essa diferença na hora dos cálculos para determinar um nível correto da alcalinidade.

Em relação as concentrações de cálcio, muitos aquaristas acreditam que os organismos calcificam mais rápido quando estão em um ambiente com níveis altos de alcalinidade quando comparados a níveis normais. Esse resultado é comprovado em diversos trabalhos científicos onde é adicionado bicarbonato na água para auxiliar no aumento Ca e calcificação em Porites. Nesse caso, o dobro da concentração de bicarbonato resultou no dobro de calcificação do organismo. Em outros casos avaliados aumentar a concentração de bicarbonato não influenciou no desenvolvimento. 

Por esses motivos que a manutenção da alcalinidade é um ponto crítico para o desenvolvimento de corais em aquários marinhos. Na falta desse suplemento, a alcalinidade rapidamente cai devido ao seu rápido aproveitamento no sistema. Alguns aquaristas mantém os níveis de alcalinidade acima do normal desde que não seja um valor muito acima pois poderão acelerar a precipitação do cálcio. Recomendo uma manutenção da alcalinidade entre 7-11dKH.

Níveis de alcalinidade acima do normal na água contribuem para precipitação de carbonato de cálcio em áreas próximas a objetos como aquecedores e bombas de circulação.  Quando há uma elevação considerável da alcalinidade, esse excesso levará a uma queda considerável no cálcio.

Para uma rápida correção da alcalinidade do sistema, o aquarista poderá utilizar bicarbonato de sódio ou carbonato de sódio.

 

 

Salinidade:

Há diversas maneiras de se medir a salinidade da água. Através de sondas eletrônicas, densímetros e refratômetros. Eles basicamente medem valores da densidade específica, salinidade ou condutividade.

Para uma referência, o níveis de salinidade nos recifes de corais é de1.026 de densidade específica e 53mS por cm de condutividade.

 

 

Temperatura:

A temperatura interfere nos habitantes do aquário de diversas maneiras. Primeiro e mais conhecido é que a medida que a temperatura aumenta, o metabolismo do animal irá aumentar também. Consequentemente irão consumir maior quantidade de oxigênio, dióxido de carbono, nutrientes, cálcio, alcalinidade. Esse aumento do metabolismo poderá aumentar o crescimento dos organismos assim como poderá causar a morte.

Outro ponto importante com relação a temperatura, são os aspectos químicos do aquário. A solubilidade de gases dissolvidos como oxigênio e dióxido de carbono, por exemplo, variam conforme a temperatura. Oxigênio em particular, estará menos solúvel em ambientes com altas temperaturas.

Durante um funcionamento normal de um sistema, o nível de oxigênio e a taxa de metabolismo do habitantes não oferecem problemas mas durante uma queda de energia, o oxigênio dissolvido poderá rapidamente ser consumido, a medida que a temperatura sobe organismos como as Zooxantellas (algas que vivem em simbiose com algumas espécies de corais) irão morrer. Baixas temperaturas não só mantém níveis mais altos de oxigênio dissolvido como promove um consumo mais lento devido ao metabolismo dos habitantes estarem mais lentos também. A produção de amônia levará a morte dos organismos. Em baixas temperaturas, essa produção será mais lenta. Por razões como estas devemos manter o mais estável possível a temperatura, seja ela baixa (24) ou alta (28).

Considerando todos os fatores, esse guia estabelece uma faixa bem larga de temperaturas compreendida entre 24 a 28 graus C.

 

 

PH:

Aquaristas gastam um bom tempo tentando resolver os problemas relacionados com pH. Alguns desses esforços são certamente justificados já que problemas com o pH podem levar a problemas de saúde dos animais. Em muitos casos, o problema está em medir o pH ou a sua interpretação.

Vários fatores tornam importante o monitoramento do pH de um aquário marinho. Uma delas é a de que os organismos aquáticos só prosperam numa faixa de pH específica, que varia de organismo para organismo. Por conta disso,  é difícil definir um valor de pH "ideal" para aquários marinhos pois isso é uma particularidade de cada organismo. Mesmo o pH na água do mar (8,0-8,3) pode ser inadequada para algumas criaturas, porém, é comprovado há mais de oitenta anos que os diferentes níveis de pH da água do mar (até 7.3, por exemplo) são estressantes para muitos peixes. Atualmente existem informações sobre pH ideal para muitos organismos, mas esses dados são totalmente inadequados em aquários por conta da grande variedade de organismos que la habitam.

Além disso, o efeito do pH sobre os organismos podem ser diretos ou indiretos. A toxicidade de metais como cobre e níquel para alguns organismos do aquário, como mysids e anfípodes, é conhecido por causa da variação do pH. A faixa de pH aceitável de um aquário pode variar quando comparado a outro aquário, mesmo que contenham os mesmos organismos, possuem concentrações diferentes de metais.

Alterações no pH, no entanto, estão substancialmente ligadas ao impacto de alguns processos fundamentais que ocorrem em muitos organismos marinhos. Um destes processos é a calcificação, ou deposição de esqueletos de carbonato de cálcio, tal fundamento é extremamente dependente de uma boa manutenção do pH do meio, alterando a sua velocidade de acordo com as variações, se o pH cai  a calcificação é retardada. Usando esse tipo de informação, juntamente com a experiência integrada de muitos aquaristas, podemos traçar algumas orientações sobre o que é uma faixa de pH aceitável para aquários marinhos, e quais os valores limites.

A faixa de pH aceitável para aquários marinhos é uma opinião e não um fato claramente definido, e certamente irá variar de acordo com a opinião de cada um. Esse intervalo também pode ser bastante diferente da “faixa” ideal. Justificando o que é ótimo, porém, é muito mais problemático do que justificando o que é simplesmente aceitável, por isso vamos concentrarmos sobre esta última. Como objetivo, sugiro que o pH da água do mar, esteja em 8,2ppm, apesar, de existirem aquários marinhos que podem claramente ter sucesso em uma ampla gama de valores de pH. Na minha opinião, o intervalo de pH entre 7,8-8,5 é uma faixa aceitável para aquários marinhos, com várias advertências. São elas:

Que a alcalinidade seja de pelo menos 7dKH e, de preferência superior no extremo inferior dessa faixa de pH. Esta informação é baseada pelo fato de que muitos aquários operam de forma bastante eficaz na faixa de pH 7,8-8,0, e que a maioria dos melhores exemplos destes tipos de aquários utilizam reatores de cálcio que, embora tendendo a diminuir o pH , mantem a alcalinidade bastante elevada (igual ou superior a 8.4dKH). Neste caso, os problemas associados com calcificação a estes valores pH mais baixo pode ser compensado pela maior alcalinidade.

Que o nível de cálcio esteja em pelo menos 400 ppm. Calcificação se torna mais difícil, com a queda do pH e do cálcio. Não é recomendável elevar pH, alcalinidade, cálcio , ao mesmo tempo pois se o pH está baixo e não podem ser facilmente alterados (como pode ser o caso de um aquário com um reator de cálcio), certifique-se que o nível de cálcio esteja normal (400-450 ppm).

Da mesma forma, um dos problemas com pH elevado (acima de 8,2 em qualquer lugar, mas cada vez mais problemático a cada aumento desse valor) é a precipitação de carbonato de cálcio livre, resultando em uma queda de cálcio e alcalinidade, e o entupimento dos aquecedores e bomba. Se você elevar o pH para 8,4 ou mais (como muitas vezes acontece quando se utiliza hidróxido de cálcio), certifique-se que tanto o cálcio e os níveis de alcalinidade serão adequadamente mantidos (ou seja, nem muito baixo, inibindo a calcificação biológica, nem muito alto, causando a precipitação excessiva abióticos sobre os equipamentos).

Picos para cima são menos nocivos do que picos para baixo.

 

Magnésio:

A fundamental importância do magnésio é a sua interação com o cálcio e o equilíbrio da alcalinidade nos aquários marinhos. A água do mar e água do aquário de um reef são sempre super saturado com carbonato de cálcio. Ou seja, a concentração de cálcio e carbonatos excedem a quantidade que a água pode manter em equilíbrio. Como pode ser isso?  A resposta está no magnésio. Sempre que o carbonato de cálcio começa a precipitar, o magnésio se liga a superfície dos cristais de carbonato de cálcio. O magnésio reage quelando e assim inativando essa precipitação, tornando-os incapazes de atrair mais carbonato de cálcio e, portanto, parando a precipitação. Sem o magnésio, a precipitação de carbonato de cálcio aumentaria provavelmente o suficiente para inviabilizar a manutenção de cálcio e alcalinidade em níveis naturais.

Por esta razão, a manutenção do magnésio em: ~ 1.285 ppm. Para fins práticos, 1250-1350 ppm é o ideal, e níveis pouco fora desse intervalo (1200-1400 ppm) são aceitáveis. Não recomendo a elevação de mais do que 100ppm de magnésio por dia, no caso do suplemento de magnésio conter impurezas. Se você precisar elevar mais do que esse valor, recomenda-se suplementar gradualmente dia à dia, evitando assim um possível acúmulo de impurezas.

Um aquário de corais e algas calcárias pode esgotar o magnésio por incorporação em seus esqueletos de carbonato de cálcio. Muitos métodos de suplementação de cálcio e alcalinidade não conseguem manter o magnésio em um nível normal. Hidróxido de cálcio na sua forma líquida (kalkwasser), em particular, é bastante deficiente em magnésio. Por conta disso, o magnésio deve ser medido, frequentemente, principalmente se há dificuldades de manter os níveis de cálcio e alcalinidade estáveis. Aquários onde há excesso de precipitação de carbonato de cálcio sobre os objetos, tais como aquecedores e bombas podem ocasionar em níveis baixos de magnésio (com pH elevado, cálcio e alcalinidade).

 

 

Fosfato:

A forma mais simples “do fósforo em aquários marinhos é sob a forma de ortofosfato inorgânico (H3PO4, H2PO4, HPO4 – e PO4 — são todas as formas de ortofosfato). Ortofosfato é a forma do fósforo mais medida nos testes disponíveis no mercado. Também está presente na água do mar, embora outras formas estão presentes também. Sua concentração na água do mar varia muito de lugar para lugar, e também com a profundidade e com o período do dia. Nas águas mais rasas há uma escassez desse elemento em relação as águas mais profundas, devido às atividades biológicas na superfícies que consomem o fosfato e associam em seus organismos. Tipicamente as concentrações de fosfato na superfície dos oceanos são muito baixos, às vezes tão baixo quanto 0,005 ppm.

Em ambientes onde não há o consumo do fosfato para reduzir seu nível, ocorrerá o seu acúmulo. Nos aquários marinhos, o principal porta de entrada é através dos alimentos, mas também pode entrar através de água doce com filtragem deficiente e também através de alguns suplementos de cálcio e alcalinidade.

Quando houver o aumento do fosfato acima dos níveis recomendados, o fosfato poderá causar dois problemas. Um deles é a inibição da calcificação. Ou seja, ele pode reduzir a taxa metabólica de corais e algas calcárias para a construção de suas estruturas.

Fosfato também pode ser um nutriente para o crescimento de algas. Se houver acúmulo de fosfato, o crescimento das algas poderá se tornar algo incontrolável. Em concentrações inferiores a cerca de 0,03 ppm, a taxa de crescimento de muitas espécies de fitoplâncton são mínimas já que dependem da concentração dele. Assim, a manutenção de níveis baixos de fosfato contribui para o controle no crescimento das algas.

Por estas razões, o fosfato deve ser mantido abaixo de 0,03 ppm. Mantendo-se abaixo de 0,01 ppm trará benefícios substanciais, isso é possível através da prática de exportação desse nutriente. A melhor maneira de manter os baixos níveis de fosfato no aquário normal é através do cultivo e poda de macroalgas ou outros organismos de metabolismo, utilizando alimentos com baixo nível de fosfato ou controlando a alimentação, uso de skimmers eficientes,  utilizando resinas removedoras de fosfato...

 

Amônia:

Amônia (NH3) é excretada por todos os animais e alguns outros habitantes do aquário. Infelizmente, é muito tóxico para os animais, embora não seja tóxico para determinados organismos, tais como algumas espécies de algas que a consomem. Os peixes não são os únicos animais que são prejudicados pela amônia, e até mesmo algumas algas, como o fitoplâncton pyriformis Nephroselmis, são prejudicados até mesmo em concentrações de 0,1 ppm amônia.

Num aquário equilibrado, a amônia produzida é geralmente consumida rapidamente. Macroalgas utilizam para síntese de proteínas. Bactérias também metabolizam e convertem para nitrito, nitrato, nitrogênio e gás (o famoso ciclo do nitrogênio). Todos estes compostos são muito menos tóxico do que a amônias. Num sistema sob condições normais, a amônia sofre reação rapidamente e não há nenhum prejuízo ao meio.

Sob certas condições, no entanto, a amônia pode ser uma preocupação. Durante a instalação inicial de um aquário, ou quando a rocha viva ou areia nova é adicionada, uma abundância de amônia pode ser produzida, e os mecanismos disponíveis não a conseguem desintoxicar rapidamente. Nestas circunstâncias, os peixes estão em grande risco. níveis de amônia de 0,2 ppm pode ser perigoso para peixes. Nesses casos, os peixes e invertebrados devem ser removidos para uma água mais limpa, ou o aquário tratados com um produto de amônia vinculativos, tais como Amquel.

Muitos aquaristas confundem: amônia e a forma menos tóxica: amônio. Estas duas formas se auto-convertem muito rapidamente (muitas vezes por segundo), assim, para muitos propósitos, não são substâncias distintas. Elas estão relacionadas com a reação ácido-base mostrado a seguir:

NH3 + H+ <–> à NH4+

Amônia + íon de hidrogênio (ácido) <–> íons de amônio

A única razão de interpretarem  que amônio seja menos tóxico do que a amônia é que, sendo uma molécula carregada, enfrenta maior dificuldade para atravessar as brânquias dos peixes e entrar na circulação sanguínea do que a amônia, que atravessa facilmente através das membranas branquiais e rapidamente entra na corrente sanguínea.

Em aquários com níveis mais elevados de pH, que contêm menos H +, mais da amônia total será sob a forma NH3. Com isso, a toxicidade (amônia) de uma solução aumenta a medida que há um aumento do pH. Isso é importante em áreas como transporte de pescado, onde a amônia pode construir a níveis tóxicos.

 

 

Silica:

Sílica levanta duas questões:

Se diatomáceas são um problema em um aquário equilibrado, há indícios de existência de sílica solúvel, especialmente originada da água da torneira. Nesse caso, purificando a água da torneira, provavelmente resolverá o problema. Em tal situação, os testes não podem revelar níveis elevados de sílica, porque as diatomáceas podem utilizá-las tão rapidamente quanto entra no aquário.

Se diatomáceas não são um problema, então sugiro que se deve realizar a administração de sílica solúvel. Por que eu iria recomendar dosar esse elemento? Em grande parte porque as criaturas nos nossos aquários utilizam sílica, as concentrações em aquários estão em níveis muito reduzidos quando comparados aos recifes e, conseqüentemente, as esponjas, moluscos, e diatomáceas que vivem nestes aquários pode não estar recebendo sílica suficiente para se desenvolverem.

Sugiro a administração da solução de silicato de sódio, pois é uma forma facilmente solúvel de sílica. 

Baseado na minha experiência de administração, os aquaristas estarão seguros realizando dosagens de 1 ppm SiO2 uma vez a cada 1-2 semanas. Esta é baseada no fato de que o meu aquário consome essa quantidade em menos de quatro dias sem qualquer tipo de “reação” ruim“. Claro, que não há nada de errado iniciar com um décimo da dosagem e, gradualmente, ir aumentando. Se você obter diatomáceas demais, apenas diminua a administração. Eu suponho  que todos os SiO2 que eu adicionei ao meu aquário tem sido utilizado por diversos organismos (esponjas, diatomáceas, etc), mas talvez eu tenha mais esponjas do que outros aquaristas. Conseqüentemente, as diatomáceas podem ser uma maior preocupação em alguns aquários do que no meu.

Gostaria também de aconselhar ocasionalmente medir a concentração de sílica solúvel na água, caso a demanda em seu aquário é substancialmente menor do que no meu. Se a concentração começou a subir acima de 3 ppm SiO2, mesmo na ausência de diatomáceas, eu provavelmente reduziria a taxa de administração uma vez que está próximo da concentração máxima da superfície do mar que sempre contém níveis muito reduzidos quando comparados aos níveis dos recifes.

 

Iodo:

Atualmente eu não doseio iodo em meu aquário, e não recomendo que os outros façam essa suplementação. Dosar iodo é muito mais complicado do que outros suplementos devido ao grande número de diferentes formas naturalmente existente, o fato de que todas essas formas podem se auto interagirem  em aquários marinhos, e ao fato de que os testes disponíveis detectam apenas um subconjunto das formas totais presentes. Esta complexidade, aliada ao fato de que não haver nenhum estudo onde prova a real necessidade dessa substancia em um aquário marinho. Por estas razões, eu recomendo não tentar manter a concentração de iodo específicos com uso de suplementação e testes.

O Iodo no oceano existe numa grande variedade de formas, tanto orgânicos e inorgânicos, e os ciclos de iodo entre os vários compostos são muito complexos. A natureza de iodo inorgânico nos oceanos tem sido estudado por décadas. As duas formas predominantes são iodato (IO3) e iodeto (I). Juntas, essas duas espécies de iodo geralmente somam cerca de 0,06 ppm de iodo total, mas os valores relatados variam pelo fato de serem duas substancias. Na superfície do mar iodato geralmente domina, com valores típicos na faixa de 0,04-0,06 ppm de iodo. Do mesmo modo, o iodeto está geralmente presente em baixas concentrações, geralmente ,01-0,02 iodo ppm.

As diferentes formas orgânicas de iodo são algumas em que o átomo de iodo está covalentemente ligado a um átomo de carbono, como o iodeto de metila, CH3I. A concentração dessas formas orgânicas (dos quais existem muitas moléculas diferentes) só agora estão a ser reconhecida por oceanógrafos. Em algumas áreas costeiras, as formas orgânicas podem incluir até 40% do iodo total, tantos relatos anteriores de níveis insignificantes de compostos de iodo orgânico podem estar incorretos.

Os organismos primários em aquários marinhos que fazem “uso” do iodo, pelo menos na medida em que são conhecidas na literatura científica, são as algas (micro e macro). 

Finalmente, para aqueles interessados na administração de iodo, sugiro que o iodeto seja a forma mais adequada para a administração. Iodeto é mais facilmente utilizada por alguns organismos que é iodato, e é detectada por ambos os testes de iodo atualmente disponíveis ( SeaChem e Salifert).

 

Nitrato:

O nitrato é um ião que há muito é condenado por aquaristas. As formas de nitrogênio que são encontrados nos alimentos, podem em muitos aquários, elevar os níveis tornando difícil a manutenção dos níveis naturais. Há uma ou duas décadas atrás, muitos aquaristas realizavam mudanças de água para redução de nitrato como um de seus principais objetivos. Felizmente, agora temos uma grande variedade de maneiras para manter nitrato estável, e os aquários modernos sofrem muito menos com picos dessa substância do que os de antigamente.

O nitrato está freqüentemente associado com algas, e de fato o crescimento de algas é muitas vezes estimulado por excesso de nutrientes, incluindo o nitrato. Outras pragas do aquário, tais como dinoflagelados, também são estimulados por excesso de nitratos e outros nutrientes. Nitrato em si não é particularmente tóxico em níveis normalmente encontrados em aquários, pelo menos como tem sido até agora conhecido na literatura científica. No entanto, níveis elevados de nitrato podem estimular excessivamente o crescimento das zooxantelas, que por sua vez, podem realmente diminuir a taxa de crescimento dos corais em que vivem.

Por estas razões, a maioria dos aquaristas se esforçam para manter os níveis de nitrato baixos. Um bom nível é inferior a 0,2 ppm de nitrato. Aquários marinhos podem funcionar aceitavelmente com níveis muito mais elevados de nitrato (digamos, 20 ppm), mas correm maior risco com problemas descritos acima.

Há muitas maneiras de reduzir o nitrato, incluindo a redução da entrada no aquário de nitrogênio, aumentando a exportação de nitrogênio pelo skimmer, aumentando a exportação de nitrogênio pelo cultivo e poda de macroalgas, rizophoras (ou qualquer outro organismo da sua escolha), utilizando um sistema DSB (leito de areia profundo),  utilizando um reator de nitrato, usando um reator de enxofre, com AZ-NO3, usando resinas removedoras de nitrato, e utilizando polímeros e compostos orgânicos de carbono.

 

 

Nitrito:

O nitrito é menos tóxico na água do mar do que na água doce. Os peixes são normalmente capazes de sobreviver em água salgada com mais de 100 ppm de nitrito!  Enquanto nenhum experimento mostrou toxicidade substancial em habitantes de tanques marinhos, o nitrito não será um parâmetro importante para os aquaristas marinhos. O rastreamento de nitrito em um aquário novo, no entanto, pode ser esclarecedor, mostrando os processos bioquímicos que estão ocorrendo. Após essa etapa, esse monitoramento não se faz necessário.

 

 

Estrôncio:

Minha recomendação é manter os níveis de estrôncio em aquários de recifes na faixa de 5-15 ppm. Esse nível abrange aproximadamente o nível da água do mar, de 8 ppm. Eu não recomendo a suplementação de estrôncio por aquaristas a não ser que tenham verificado através de testes que esse se encontrava abaixo de 5 ppm. Medição e suplementação de estrôncio não é uma atividade crítica para a maioria dos aquaristas, e não é um exercício trivial, pois os testes disponíveis podem ser difíceis de usar.

Em alguns testes recentes, descobri que no meu aquário, sem qualquer adição de estrôncio recentemente, o estrôncio jesta acima dos níveis naturais (a 15 ppm de estrôncio, devido à elevação na mistura de sal Instant Ocean que eu estava usando). Conseqüentemente, a adição de um suplemento sem conhecimento do nível que se encontra não é aconselhável. A evidência científica indica que alguns organismos precisam de estrôncio, embora essa seja uma menoria. Alguns gastrópodes, cefalópodes e radiolários, por exemplo, exigem estrôncio.  É, no entanto, tóxico em concentrações elevadas. Em um caso relatado, 38 ppm de estrôncio foi o suficiente para matar uma determinada espécie de caranguejo (maenas Carcinus) . Nenhuma evidência indica que 5-15 ppm de estrôncio seja prejudicial a qualquer organismo marinho, embora não se saiba quais são os níveis de estrôncio ideais. Finalmente, os relatos de um número de aquaristas experientes sugerem que o estrôncio seja substancialmente mantido nas mesmas concentrações como no oceano evitando assim o comprometimento no crescimento de corais, mas este fato não foi comprovado cientificamente.

 

ORP:

Eu não recomendo que os aquaristas tentem “controlar” ORP.

O potencial de oxi-redução (ORP) de um aquário marinho é a medida relativa da capacidade oxidativa da água. ORP tem sido recomendado para aquaristas como um parâmetro importante de água, e algumas empresas vendem produtos (equipamentos e produtos químicos) para o controle de ORP. Muitos dos que recomendam o controle de ORP com o objetivo de avaliar o grau de pureza da água do aquário, algo como “a saúde do sistema”, apesar disso nunca ter sido claramente demonstrado.

ORP, na sua essência, é muito complicado. É talvez o assunto mais complicado de se discutir quando o assunto é aquarismo marinho. ORP envolve muitos detalhes químicos que são simplesmente desconhecidas, quer para a água do mar ou para aquários. Trata-se de processos que não estão em equilíbrio, e por isso são difíceis de compreender e prever. Ainda mais assustador é o fato que os produtos químicos que controlam ORP em um aquário pode até não ser os mesmos produtos químicos que controlam ORP em outro aquário, ou em água do mar natural.

ORP é interessante, mas complicado, artifício de verificação das propriedades da água de um aquário marinho. O ORP muitas vezes é utilizado no monitoramento de eventos súbitos do sistema. Estes eventos podem incluir morte imediata dos organismos, assim como o aumento a longo prazo nos níveis de materiais orgânicos.

Medições ORP são muito suscetíveis a erros. Aquaristas são fortemente aconselhados a não exagerar valor absoluto ORP, especialmente se não tiverem recentemente calibrado sua sonda de ORP. Pelo contrário, as medições ORP são mais úteis quando se olha para mudanças na medida ORP ao longo do tempo.

Pessoalmente acredito que com o dia a dia, o aquarista vai criando uma experiência no monitoramento do seu sistema (um olho clínico) e consegue detectar qualquer pequena variação, seja uma turvação, um coral que não abriu, um cheiro. São sinais mais eficientes do que valores subjetivos que um equipamento eletrônico nos fornece.

 

 

Boro:

A importância do boro em aquários marinhos é um assunto não muito discutido por entusiastas, apesar do fato de que muitas pessoas, doseiam diariamente junto com suplemento utilizado para controlar a alcalinidade. A maioria dos comentários sobre o boro, na verdade, deriva de fabricantes que querem vendê-lo de um modo ou outro, como um “tampão” do agente. Estas discussões, infelizmente, quase sempre falta qualquer discussão quantitativa com relação aos seus reais efeitos, tanto positivos como negativos. Em geral, o boro não é um elemento importante para o controle em aquários.

Boro contribui efetivamente apenas em uma pequena fração da capacidade de água do mar normal tamponar o pH. Parece ser um nutriente necessário ou desejável para certos organismos, mas também é tóxico se elevado um pouco dos níveis naturais.

Por estas razões, a minha recomendação é a manutenção dos níveis de boro natural, cerca de 4,4 ppm. Qualquer valor abaixo de 10 ppm é provavelmente aceitável para a maioria dos aquários. Valores acima de 10 ppm devem ser evitados. O kit do teste de boro Salifert é adequado para determinar os níveis de boro em aquários marinhos.

 

Ferro:

O ferro é limitante para o crescimento do fitoplâncton em algumas partes do oceano, e pode ser limitante ao crescimento de macroalgas em aquários marinhos. Devido à sua escassez e importância crítica, é também bastante consumido por bactérias e outros organismos marinhos. Por isso, os aquaristas pode realizar dosagem de ferro com o objetivo do desenvolvimento de macroalgas.

Ferro não é fácil de medir. Também não é fácil determinar qual das suas muitas formas biodisponíveis em água salgada, e quais não são. Consequentemente, os aquaristas não devem visar uma concentração específica, mas deve decidir se eles querem alguma dose em tudo, e então usar uma dose adequada daqui para frente. A razão principal está na dosagem de ferro para macroalgas. Se você não está criando macroalgas, então você pode não precisa de monitoramento ou suplementação de ferro.

 

                                                                                                   

                                                                                                                   Randy Holmes-Farley  Reefkeeping.

                                                                                                                   Tradução                   Denis Costa

                                                                                                                   Adaptação                 Ricardo Oliveira

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